Faleceu há 1947 anos um dos imperadores mais controversos da Roma antiga. Seu nome: Nero Claudius Cæsar Augustus Germanicus. Popularmente conhecido como Nero; foi Imperador entre os anos de 54 e 68. A maioria das fontes que sobreviveram até os dias de hoje o descrevem de maneira negativa.
Sabe-se que seu governo teve grande impacto no comércio, na diplomacia e nas construções de teatro e provas atléticas. Foi um implacável perseguidor de cristãos e associado a inúmeras execuções, incluindo parentes próximos como sua própria mãe Agripina, um meio-irmão e sua primeira esposa, Claudia Octávia, casando-se logo depois com Popeia Sabina.
O fato mais célebre sobre esse excêntrico personagem foi o incêndio que devastou Roma. Foram destruídos por completo quatro dos catorze distritos da cidade e outros sete ficaram muito danificados. Não se sabe com clareza se foi por acidente ou premeditado. Grande parte das fontes alega que cometeu suicídio.
O historiador Tácito, contemporâneo, descreve-o assim :
"Contudo, nem por indústria humana, nem por larguezas do imperador, nem por sacrifícios aos deuses, foi conseguido afastar a má fama de que o incêndio tinha sido mandado. Assim pois, com o fim de extirpar o rumor, Nero inventou uns culpáveis, e executou com refinadíssimos tormentos os que, aborrecidos pelas suas infâmias, chamava o vulgo cristãos. O autor deste nome, Cristo, foi mandado executar com o último suplício pelo procurador Pôncio Pilatos durante o Império de Tibério e, reprimida a perniciosa superstição, irrompeu de novo não somente por Judeia, origem deste mal, senão pela urbe própria, aonde conflui e se celebra quanto de atroz e vergonhoso houver por onde quer. Assim, começou-se por deter os que confessavam a sua fé; depois pelas indicações que estes deram, toda uma ingente multidão (multitudo ingens) ficaram convictos, não tanto do crime de incêndio, quanto de ódio ao gênero humano. A sua execução foi acompanhada por escárnios, e assim uns, cobertos de peles de animais, eram rasgados pelos dentes dos cães; outros, cravados em cruzes eram queimados ao cair o dia como se fossem luminárias noturnas. Para este espetáculo, Nero cedera os seus próprios jardins e celebrou uns jogos no circo, misturado em vestimenta de auriga entre a plebe ou guiando ele próprio o seu carro. Daí que, ainda castigando os culpáveis e merecedores dos últimos suplícios, tinham-lhes lástima, pois acreditavam que o castigo não era por utilidade pública, mas para satisfazer a crueldade dele próprio"
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