João Cândido, o mais alto ao centro, liderou a Revolta da Chibata. |
A Revolta da Chibata foi um movimento militar na Marinha Brasileira que culminou com um motim liderado pelo almirante João Cândido Felisberto há 105 anos no Rio de Janeiro. Os marinheiros negros e pardos rebelaram-se contra os castigos físicos impostos a eles por oficiais superiores - faltas graves eram punidas com 25 chibatadas.
Esses castigos eram semelhantes aos tempos da escravidão, que já havia sido abolida 22 anos antes. João Cândido já havia organizado uma comissão nos bastidores para eclodir a revolta, mas o castigo aplicado ao marinheiro Marcelino Menezes, que levou 250 chibatadas por ter trazido cachaça para bordo e atacado um colega usando uma navalha, antecipou as ações. Durante o primeiro dia do motim foram mortos marinheiros infiéis ao movimento e cinco oficiais que se recusaram a sair de bordo.
João Cândido lançou um ultimato: "Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem.".
Quatro dias depois do motim, em 26 de novembro, o governo do presidente Marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde, em 28 de novembro, foi feito um novo decreto, que permitia que fossem expulsos da Marinha aqueles elementos "inconvenientes à disciplina".
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