sexta-feira, 8 de maio de 2015

O adeus de Pombal

 
Pombal expulsando os jesuítas. Desenho de 1766.
 
         "E agora? Enterram-se os mortos e cuidam-se os vivos". A frase dita pelo Marquês de Pombal, após o terremoto que devastou Lisboa em 1755 reflete com toda pujança o caráter prático, duro e corajoso desse Estadista português. Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal viveu no século XVIII, num período fortemente marcado pelo Iluminismo. Seguidor dos ideais iluministas, o nobre implantou em Portugal inúmeras reestruturações administrativas, econômicas e sociais.
          Sua carreira como primeiro-ministro do Rei José I ficou marcada por fatos célebres e controversos. O mais chocante deles foi o julgamento e execução pública da família Távora. Não se sabe ao certo se eles estiveram por trás da tentativa de assassinato do Rei José I - a própria filha do Rei, Maria I, discordava do massacre brutal contra os Távoras. Por outro lado, o diplomata nascido em Pombal foi o ponto de sustentação da renovação arquitetônica de Lisboa após o terremoto de 1755, cujos edificios e praças ainda são atração turística até hoje. 
          Uma ruptura histórica causada pela caneta do Marquês foi a expulsão dos jesuítas de Portugal e das colônias lusitanas. Os missionários já estavam no Brasil há mais de dois séculos. Tudo isso fez parte do processo de racionalização do Estado português, com fortes conceitos iluministas - marca registrada do governante. 
          Odiado por grande parte da nobreza, após a morte de D. José I e subida ao trono de Maria I, Pombal foi descartado e viveu seus últimos dias isolado no ostracismo. Morreu na sua cidade natal em um dia como hoje, de 1782.   

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